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sábado, junho 14, 2025

OPINIÃO: Brasil x Paraguai: noite gelada, jogo quente e o calor da esperança pelo Hexa

Nesta terça-feira, 10 de junho de 2025, a Seleção Brasileira entra em campo na Neo Química Arena, em São Paulo, às 21h45, contra o Paraguai, em jogo decisivo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A partida marca não só o reencontro do time com a torcida paulista, mas também a primeira atuação de Carlo Ancelotti em solo nacional à frente da Seleção.

Para muitos, é apenas mais um jogo de Eliminatórias. Para mim – e para quem ainda carrega aquele brilho juvenil nos olhos quando ouve o hino da Seleção –, é mais do que isso. É o início de um novo ciclo que, mesmo entre tropeços e dúvidas, ainda guarda algo que o Brasil sempre teve de sobra: fé no talento e esperança no futebol.

O cenário

O Brasil está na quarta colocação das Eliminatórias, com 22 pontos, e precisa da vitória hoje para garantir a vaga na Copa do Mundo. Mas não depende apenas de si. Além de vencer o Paraguai, precisa torcer para o Uruguai bater a Venezuela. Se esse jogo terminar empatado, aí resta rezar para que a Argentina derrote a Colômbia.

Do outro lado, o Paraguai de Gustavo Alfaro vem empolgado. São nove jogos de invencibilidade e uma campanha que devolveu aos paraguaios o sonho de disputar um Mundial após três edições ausentes. No jogo do primeiro turno, em Assunção, eles venceram o Brasil por 1 a 0. Não será um jogo fácil.

As prováveis escalações

Brasil (técnico: Carlo Ancelotti):
Alisson; Vanderson, Marquinhos, Alex, Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães; Raphinha, Gabriel Martinelli, Matheus Cunha e Vinícius Júnior.

Paraguai (técnico: Gustavo Alfaro):
Gatito Fernández; Juan Cáceres, Gustavo Gómez, Omar Alderete e Júnior Alonso; Diego Gómez, Andrés Cubas, Mathías Villasanti e Miguel Almirón; Julio Enciso e Tonny Sanabria.

O clima na arena

Mais de 40 mil torcedores devem lotar a Neo Química Arena, numa noite fria na capital paulista. Fria no termômetro, mas quente na expectativa. A CBF proibiu o uso de camisas de clubes, e isso talvez ajude a lembrar que hoje o país é um só, de verde e amarelo, sem rivalidade clubista – pelo menos por 90 minutos.

Dizem por aí que o Brasil não tem mais craques, que o futebol virou negócio, que a Seleção perdeu seu encanto. Que ninguém mais liga, que não se canta mais o hino com a mão no peito, que o torcedor prefere a Premier League.

Mas eu pergunto: e se Ancelotti for o cara certo, no lugar certo, na hora certa?

Sim, ele é europeu. Sim, fala com sotaque. Mas Ancelotti é da escola do futebol bonito, da sensibilidade tática, da calma de quem já viu o caos e dançou no meio dele. Se alguém pode devolver ao Brasil a sobriedade que falta à Seleção desde 2006, esse alguém é Don Carlo.

Eu acredito. E acredito porque o futebol é isso: irracional, ilógico, apaixonado. Acreditar no hexa não é só uma questão de futebol. É quase um ato de fé. Porque o Brasil é o país onde a bola rola com alma, onde o drible é arte, e onde a esperança teima em nascer a cada geração.

Então, sim: vamos em busca do hexa. E se for com Ancelotti, que seja. Mas que seja com futebol no pé, suor na camisa e coração na chuteira.

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